Mengão é TRI

Quem tem a maior torcida do mundo pode se dar ao luxo de ter um time modesto e conquistar um título nacional. E o Flamengo sabe muito bem disso. E nem precisa voltar muito no tempo. Em 2009, foi assim. Aos trancos e barrancos conquistou o Campeonato Brasileiro. Agora, o título da Copa do Brasil.

Passar pelas três primeiras fases era obrigação. Times de menor expressão no caminho e sem dificuldades o Flamengo venceu os seis jogos que disputou. Então, entraram os clubes que disputaram a Libertadores, tornando a Copa do Brasil ainda mais charmosa e difícil.

Nas oitavas-de-final, quisera o destino, cruzar o Rubro-negro com a sensação do Campeonato Brasileiro, o Cruzeiro. No Mineirão, a Raposa comandou a partida, abriu 2×0, poderia ter marcado o 3º, o 4º. Mas foi o Flamengo que fez o 2×1. O placar mínimo era suficiente no jogo da volta. A imprensa e os “antis” apontavam o favoritismo dos mineiros. A torcida rubro-negra não. Com o Maracanã lotado, um gol de Elias nos minutos finais garantiu a vaga do Flamengo nas quartas-de-final.

Por conta de tropeços no Brasileirão, antes de voltar as atenções para a Copa do Brasil, Mano Menezes pediu demissão. Nada poderia ser melhor. Era a chance de trazer um outro técnico de ponta. A maioria dos clubes pensaria dessa maneira. Mas não o Flamengo. Um clube que tem a sina de se dar bem com os técnicos pratas-da-casa. Foi assim com Carlinhos e Andrade, campeões brasileiros em 1987 e 2009.

Jayme de Almeida assumiu o Mengão. Sem medo de ousar, mexeu em duas peças. Paulinho e Hernane, reservas com Mano, seriam titulares absolutos.

O Botafogo foi o adversário das quartas. Um empate na primeira partida deixou a vaga em aberto. Foi então que começou a brilhar a estrela de Jayme de Almeida. No jogo da volta, Paulinho infernizou a defesa adversária. O Brocador fez três gols e ainda sofreu um pênalti: 4×0 e vaga na semifinal.

Hernane, o Brocador.

Hernane, o Brocador, fez três contra o Botafogo

O adversário da vez era o Goiás. Walter, artilheiro esmeraldino, disse que ia deitar e rolar no Mengão. Mas contundido, não jogou nenhuma das partidas. Após a vitória por 2×1 no Maracanã (mesmo placar do jogo do Serra Dourada), os flamenguistas deitaram e rolaram no gramado.

Azar do Atlético-PR. Não deixem o Flamengo chegar. Aprendi isso de pequeno. A primeira partida na Vila Capanema terminou empatada: 1×1. Novo azar do Furacão. Com o Maracanã lotado, não se joga contra 11, se joga contra 33 milhões. A cada bola que o atleticano Paulo Baier lançava na área, parecia que os 33 milhões de flamenguistas sopravam pro lado contrário. A zaga flamenguista afastava, o goleiro Felipe era um espectador privilegiado.

As melhores chances de gol foram do Flamengo. O grito de “gol” estava engasgado até 40 do 2º tempo. Mas Elias e o artilheiro Hernane trataram de dar fim a essa angústia: 2×0 e o Tricampeonato confirmado! Nada mais justo que o capitão Léo Moura, titular há nove anos, levantasse a taça. Que venha a Libertadores! E uma dica aos rivais: não deixem o Flamengo chegar.

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Gabriel Godoy

Jornalista; frustrou-se na tentativa de ser um jogador profissional; peladeiro; apaixonado por futebol de campo, de rua, de botão, de vídeo-game...

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