Raimundinho

Raimundinho era o craque do time da sua cidade. Camisa 10 habilidoso, de toque fácil, força física, bela visão de jogo e mau na hora que precisava. Era o terror dos adversários e das torcidas adversárias, que o xingavam todo jogo. Ele nem ligava, respondia com gols.

Raimundinho era apaixonado por Dalva, a mulher mais bonita e desejada da região. Antes de toda partida, Dalvinha, como era conhecida, ia até o vestiário dar um beijo de boa sorte em Raimundinho. Era batata, gol na certa ou melhor em campo. Disso ninguém duvidava.

Mas na última partida do campeonato regional, Dalvinha não apareceu. Raimundinho, apreensivo, não pode fazer nada. Aqueceu e entrou em campo. Lá do meio, antes de começar o jogo, avistou sua amada acompanhada do cartola do time adversário. Foi de partir o coração. Resultado, cinco a zero, cinco de Raimundinho, campeão. Acabou com o jogo e, no dia seguinte, com a carreira.

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André Fidusi

Publicitário e jornalista por formação, ilustrador por vocação. Futebol na veia. Quem pede recebe, quem desloca tem preferência. Pegar de pé é dibra. Vamo que vamo!

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